Testemunho de Flora Lopes, antiga aluna da EFTA, do Curso de Técnica de
Turismo (2014/2017).
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Decerto, quem é aluno EFTA, já ouviu
tal expressão proferida pelo nosso Diretor, incontáveis vezes (atrevo-me a
dizer) e creio que, os alunos do 3º ano, se poderão rever nas minhas palavras.
O meu percurso na EFTA não se
deu, de facto, como assegurado pelo Dr. Torrão. Eu, efetivamente, entranhei-me
primeiro e depois sim comecei a estranhar.
Quando entrei na EFTA, vinda do
curso de Ciências e Tecnologias, era uma miúda de 16 anos, cheia de sonhos, confrontada
com fracasso, cansaço, derrota e frustração. Esta primeira mudança de escola,
foi uma lufada de ar fresco, apesar de ser longe, diferente e pouco
convencional.
O meu 1º ano foi de descobertas,
de vitórias e superações pessoais.
(…) E devo dizer-vos que me sentia em casa, apesar de quase 2 horas de viagem
de autocarro diárias, quando a EFTA era ainda no centro de Aveiro, e da
vergonha inicial, sentia-me em casa.
Tenho de referir que a EFTA tem dos docentes mais inexplicavelmente prodigiosos
e afáveis que vocês vão encontrar, no vosso percurso escolar, afirmo-o sem
quaisquer dúvidas.
Confesso que o que desmoronou o
meu sonho da escola ideal foi o estágio, que fiz no 1º ano. Senti que dei o que
tinha de mim e acabei por perder tudo. É possível que se sintam assim, mas não
desistam! (…) Cheguei ao meu 2º ano sem fé, a achar que estava, citando o nosso
diretor, “na pior escola do mundo”. Mas eu havia dito isso sobre a minha escola
anterior e creio que até o poderei dizer da universidade, onde me encontro; por
isso, começo a concordar com o Diretor Manuel Torrão: nós achamos sempre que estamos
na pior escola do mundo! Tenhamos nós 5, 15 ou 25 anos. Acho que faz parte de
qualquer percurso escolar.
(…) No que toca a estágios, a
locais de trabalho, atrevo-me a dizer: é preciso sorte. Sorte com o local, com
a área, com as tarefas, mas, mais importante, com os colegas de trabalho, que
confesso, poderão ser amigos para a vida ou ódios de estimação. O meu conselho?
Sejam humildes e não tenham vergonha de dizer que não sabem, que precisam de
ajuda. (…) Sejam vocês mesmos.
No meu 3º ano, para além de ser
finalista, a escola mudou para São Bernardo. (…) Devo dizer-vos que com a PAP,
o estágio e os exames nacionais, andava mais à deriva que nos anos anteriores. Este
foi também o melhor ano que tive na EFTA. Tive um estágio, onde ganhei amizades,
que ainda perduram, num local lindo, onde ainda volto anualmente e adquiri um
crescimento brutal, com uma bagagem de valores profissionais e pessoais que não
creio que me olvide jamais.
Este 3º ano, ditou amizades, que nunca pensei ter (…) Os docentes e o staff! A
EFTA tem mesmo os melhores do mundo! Digo até que isto é um facto! Cheguei à
parte que mais queria, pois há dois professores incontornáveis, neste meu
atribulado percurso: Prof.ª Sara Milheirão e Prof. André Jesus.
Há pessoas que nos marcam. É verídico. Mas há outras que, citando Saint
Exupéry, “deixam um pouco de si e levam
um pouco de nós”. E esse é o caso destas duas pessoas inacreditáveis, a
quem devo o meu maior e eterno agradecimento que, levaram muito de mim, mas
nunca me deixaram só.
A professora Catarina, a
professora Sandra, a professora Joana, Teresa, Rita… Aproveitem estas pessoas
que são do melhor que o Ensino tem. Acreditem!
Este 3º ano, ditou o fim de uma
era. Um ciclo que fechou. (…) A EFTA, queiramos ou não, molda-nos para sermos
não só profissionais de excelência, mas também cidadãos melhores. E é isso que
torna aquele edifício, agora de quatro pisos, muito mais que uma escola!
Agora, prestes a acabar a licenciatura, escrevo algo que deveria ser uma breve
memória daquilo que passei na EFTA. Visto já me ter alongado bastante, constato
que não consigo descrever a 100% e sucintamente três anos de um percurso que
pareceu durar muito mais que isso.
Estudantes da EFTA que querem vir
para o Ensino Superior, não é impossível!
Não se deixem enganar por professores que não acreditam, por colegas que deitam
abaixo ou pela sociedade, que julga os estudantes do Ensino Profissional e lhes
mete rótulos.
Se querem continuar a estudar, eu aconselho que venham viver o espírito
académico (…).
Encontro-me no último ano da
licenciatura e confidencio-vos que não tenho qualquer noção do que me espera ou
do que irei encontrar. Mas haverá melhor altura para não saber o que fazer do que
esta?
Encontrem aquilo que mais gostam
de fazer e agarrem-se a isso. Tenham uma alavanca que vos impulse e não tenham
medo de não saber onde aterrar.
A EFTA é uma ótima alavanca. Aproveitem-na, pois o trabalho deles está feito,
tratem de fazer o vosso!